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domingo, 16 de maio de 2021

domingo, 26 de abril de 2020

Os discípulos de Emaús




Não sou mestre nem doutor em teologia, mas gostaria de compartilhar um olhar desta passagem tão bela e significante para nós cristãos.

Os discípulos caminhavam rumo a Emaús, caminhar foi o ensinamento de Jesus enquanto estava com os apóstolos, Jesus sempre os motivou. Jesus estava sempre em movimento ora ensinando, ora curando, ora caminhando e ora rezando. Assim Ele se manifesta aos dois discípulos que estavam triste com a morte de Jesus ou com sua morte, que já se passava três dias e nada. Percebam que são dois os discípulos assim se cumpre também uma outra passagem que diz onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome Eu estou no meio deles.... .Eles que esperavam um libertador um revolucionário para libertar o povo judeu, mas Jesus veio para trazer uma outra liberdade e fazer uma outra aliança com seu povo. E Jesus foi morto e parece que tudo acabou, assim estavam se sentindo sós. Os seus olhos estavam como fechados, embaçados e impedidos de reconhecer a presença de Jesus.


Eis que no caminho o próprio Jesus se põe a caminhar com eles, ouve as lamentações e angustias de seus discípulos, e começa a recordar tudo o que havia ensinado enquanto estava com eles.
Como o fim do dia se aproximava Jesus disfarça e se põe um pouco mais a frente, porém os discípulos o convidaram para ficar com eles e comerem.



Ao partir do pão os olhos dos discípulos são abertos, limpos e podem neste gesto conhecer que aquele que estava com eles caminhando durante todo o dia era o próprio Jesus. Assim podemos identificar pontos importantes que Jesus nos ensinou e não podemos esquecer ou deixar que tomem um sentindo distorcido. Jesus sempre nos disse que estaria conosco, e isto Ele faz ao caminhar com estes dois discípulos desaminados e tristes. Quantas vezes não estamos nesta situação de falta de fé, vontade e tristes? Estamos ao ponto de largar tudo porque não conseguimos encontrar a presença de Deus. Assim Jesus reforça que Ele sempre estará ao nosso lado, caminhará conosco em qualquer momento e não nos deixa sozinhos. O partir do pão é o gesto que celebramos em todas as missas, é o gesto que deveria nos fazer lembrar que quem parte o pão em cada missa não é o padre, mas o próprio Jesus. Está a figura que devemos encontrar, a figura de Jesus que parte o pão para nós. 





Por fim entender que os discípulos não reconheceram Jesus, não porque estavam cegos, ou com os olhos embaçados ou com qualquer outro tipo de impedimento visual, pois afinal caminharam um dia todo e não caíram. Mas o fato de não reconhecer Jesus é porque Jesus está em um corpo espiritual, por este motivo também Jesus aparece no mesmo dia a Pedro e aos discípulos de Emaús e localidades tão diferentes e distantes uma da outra, para mostrar que não faz parte mais desta nossa realidade, mas de uma realidade espiritual.   


Que possamos neste momento tão difícil que passamos encontrar Jesus no pessoa do próximo, sentir suas carências e suas deficiências e assim poder ajudar sendo como Cristo um irmão e um amigo que está disposto a caminhar junto e a partilhar.

domingo, 27 de dezembro de 2015

Sagrada Família

Hoje a igreja celebra a festa da Sagrada família, o evangelho de Lucas nos apresenta Jesus e sua
família. 


41Os pais de Jesus iam todos os anos a Jerusalém, para a festa da Páscoa. 42Quando ele completou doze anos, 
subiram para a festa, como de costume. 43Passados os dias da Páscoa, começaram a viagem de volta, mas 
o menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que seus pais o notassem. 44Pensando que ele estivesse na caravana,
caminharam um dia inteiro. Depois começaram a procurá-lo entre os parentes e conhecidos. 
45Não o tendo encontrado, voltaram para Jerusalém à sua procura. 46Três dias depois, o encontraram no
Templo. Estava sentado no meio dos mestres, escutando e fazendo perguntas. 47Todos os que ouviam
o menino estavam maravilhados com sua inteligência e suas respostas. 48Ao vê-lo, seus pais ficaram muito 
admirados e sua mãe lhe disse:
— “Meu filho, por que agiste assim conosco? Olha que teu pai e eu estávamos, angustiados, à tua procura”.
49Jesus respondeu: — “Por que me procuráveis? Não sabeis que devo estar na casa de meu Pai?”
50Eles, porém, não compreenderam as palavras que lhes dissera.
51Jesus desceu então com seus pais para Nazaré, e era-lhes obediente. Sua mãe, porém, conservava no 
coração todas estas coisas. 52E Jesus crescia em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e diante dos homens.
Gostaria em uma breve reflexão despertar o olhar para um detalhe pequeno que muita vezes passa despercebido por
nós. No evangelho em nenhum momento Lucas dá nome aos pais de Jesus, assim amados os pais de Jesus são todas as
famílias dispostas a aceitar Jesus como filho. Aceitar Jesus como filho é aceita-lo como irmão, é aceita-lo como parte
da nossa família, é torna a nossa família a família de sagrada que Jesus quis e quer fazer parte sempre, basta para
isso aceita-lo.
O evangelho de hoje é rico em sinais além da ausência dos nomes dos pais de de Jesus encontramos o sinal da 
maioridade de Jesus, Jesus ao completar 12 anos recebeu o maior presente de todos a Lei, como era costume  
a família leva ao templo os meninos quando completam 12 anos para festejar a páscoa a festa mais importante.
Perceber a presença da família neste ato e compreender que família é a base de tudo.
Outro ponto muito importante é perceber que muitas vezes traçamos caminhos, sonhos e desejos nossos para nossos
filhos e na verdade o caminho, o desejo de nossos filhos são outros. É necessário saber que como pais o que  mais 
importante é a formação de uma base sólida, justa e fraterna.
Os pais de Jesus acreditaram que Ele estaria junto ao grupo de amigos e familiares, pois assim deveriam ser. Jesus 
porém estava ocupando-se das coisas do Pai. Jesus mesmo crescendo aprendendo a profissão do pai de carpinteiro
já sabia que seu projeto era outro.
Que hoje ao celebrarmos a sagrada família possamos compreender a verdadeira finalidade da Família, entender que
a sagrada família não é somente aquela formada por Maria, José e Jesus, mas a família que é formada na base do
respeito, do amor e da fraternidade. Que a verdadeira família é aquela que aceita o nascimento do menino Deus,
e entende que o próprio Deus está sempre junto a ele (a), em italiano Deus é Dio e se apagamos o D resta IO que 
quer dizer EU, então amados Deus esta comigo sempre, está no próximo e em todos independentes de sua raça,
cor, credo ou condição social.
Deus seja louvado.
   

sábado, 23 de maio de 2015

Pentecostes

Paz e Bem;

Estamos celebrando a festa de Pentecostes e infelizmente muitos ainda não compreende o verdadeiro sentido desta festa tão importante para igreja.

Ficamos muitas vezes nos apegando a alguns símbolos ou gestos que não representa o grande sentido desta festa.

Acredito que um ponto importante a ser observado é que os dons não são somente os setes citados mais todos os dons que são colocados a dispor do próximo e através destes dons encontrarmos o Cristo no próximo.

Na leitura do livro dos Atos dos Apóstolos devemos prestar atenção nos detalhes para entendermos a grandeza da vinda do Espírito Santo.

De repente, veio do céu um ruído, como se soprasse um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados At 2,2.
Neste versículo o segundo do Atos dos Apóstolos notamos a presença do Espírito Santo num sopro, um vento isso queridos deve nos remeter a narração da origem do ser humano onde Deus sopra a vida dentro do ser que acaba de criar (O Senhor Deus formou, pois, o homem do barro da terra, e inspirou-lhe nas narinas um sopro de vida e o homem se tornou um ser vivente Gn 2,7). Pensando que na festa de Pentecoste recebemos novamente este sopro deveríamos a cada ano nascermos novamente para amar e servir, perceber que o sentido da festa de Pentecoste é estar disponível a aceitar está oportunidade de mudança.

 Apareceu-lhes então uma espécie de línguas de fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um deles At2,3.

Outro grande problema é muitas vezes não prestarmos atenção nas palavras, nesta tradução temos a narração como sendo uma espécie de de línguas de fogo, e não como muitas vezes dizemos e acreditamos línguas de fogo. O simbolismo do texto está naquilo que é muito importante para o povo daquela época o fogo que aquecia, iluminava e curava. Por isso amados o Espírito Santo é comparado com o fogo este fogo deveria nos aquecer e nos tornar mais quentes para o próximo, nos tornar mais luz para o próximo, nos tornar remédio para curar tantos e tantos irmãos que sofrem.

Ficaram todos cheios do Espírito Santo e começaram a falar em línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem At 2,4.

Quando estamos repletos do Espírito Santo podemos fazer coisas fantásticas como falar em línguas, porém em línguas onde pessoas normais conseguem entender e compreender, aí está outra diferença que infelizmente entendemos de forma errada. Na cidade de Jerusalém naquele dia haviam pessoas de diversas partes e cada um conseguia entender as maravilhas de Deus em sua própria língua, este é um grande milagre de poder entender e falar em línguas daquela época.

Meus queridos olhando a festa de Pentecoste com outro olhar podemos sim notar o quanto Deus é Bom e nos ama, perceber seu proposito de nos mandar o Espírito Santo para podermos começar novamente, sair de onde estamos trancados, confortáveis e seguros e nos lançarmos ao mundo que precisa de mais amor, mais fé e mais justiça. 

A nossa missão é continuar a missão de Jesus por isso o próprio Jesus nos dá a missão de sairmos e anunciarmos a boa nova.

Boa Festa de Pentecoste.....................

 






  

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Tempo de exercícios espirituais

Paz e Bem;

Iniciamos na ultima quarta-feira um tempo novo dentro da liturgia da igreja católica o tempo da Quaresma.

O tempo quaresmal é sempre um convite a uma reflexão interna sobre nossa vida como cristão e como pessoa que faz parte de uma sociedade cheia de valores e crenças tão variadas e mesmo assim deve-se comportar e ter atitudes de um bom cristão.

Ao iniciarmos este período de exercícios de fé, penitência e conversão possamos encontrar em nossos gestos o verdadeiro motivo para a atingir o nosso objetivo, Cristo nossa Páscoa.

A liturgia dominical será o guia para auxiliar na pratica dos exercícios espirituais, a cada domingo pontos chaves serão apresentados e enriquecidos para nos auxiliar na vivencia da nossa fé.

A fé sem obras é morta, por isso devemos procurar especialmente neste período praticar a caridade para com o próximo e que esta prática possa se estender por todos os dias e não somente neste período.

Que o lema da campanha da fraternidade deste ano possa também nos ajudar a entender o grande motivo da nossa existência como ser humano"Eu vim para servir" . A nossa sociedade a cada novo ano implanta novos valores e novas regras que mudam o sentindo daquilo que realmente importa.

Tenhamos fé e acreditemos que ainda é possível mudar, que nossa sociedade apenas passa por um momento de apagão e dentro em breve recuperara a luz necessária para trazer tranquilidade e justiça a nossa nação.

Deus seja louvado e nos ajude. 

sábado, 7 de junho de 2014

Festa de Pentecostes e Sete Dons do Espírito Santo

“Pentecostes” é um vocábulo grego e significa “cinquentésimo”. Nós cristãos normalmente, com essa palavra, recordamos o evento contado por Atos dos Apóstolos, depois que Cristo subiu aos céus, os discípulos, reunidos, receberam o Espírito Santo. Foi um acontecimento importante para o cristianismo. Nesse momento os primeiros cristãos receberam a força que encheu os seus corações e fez com que criassem coragem e pregassem a mensagem de Jesus. Todo ano essa recorrência é recordada, 50 dias depois da celebração da páscoa.

Apesar dessa ligação que nós cristãos fazemos entre Pentecostes e vinda do Espírito Santo, a  festa em si vem da tradição hebraica, onde é chamada de Shavuoth (“semanas”). Durava 7 semanas, desde o dia seguinte à Páscoa até o cinquentésimo dia. À base dessa festa existe uma tradição agrícola, que coincide com o início da colheita, seja de trigo que frutas e vegetais. Os agricultores agradeciam a Deus esse dom com ofertas das primícias. As 7 semanas, como dissemos, começavam a partir da Festa da Páscoa (Pesah, festa da libertação do Egito). No cinquentésimo dia, cada família oferecia os seus dons derivados da colheita. Em Levíticos 17,15-22 são indicados os detalhes desta festa, celebrada até hoje pelos judeus.

Com o passar do tempo, sobretudo depois da destruição do Templo, os judeus passaram a comemorar durante esta festa o dom da Lei, a Torah.

Não existe uma relação direta entre a festa hebraica e a Pentecostes cristã, que é celebrada 50 dias depois da Páscoa. Todavia os símbolos usados dos cristãos para recordar, na festa de Pentecostes, o dom do Espírito Santo recebido pelos apóstolos (língua de fogo e forte vento) lembram aqueles que testemunham a presença de Deus sobre o Sinai, onde a Lei foi doada ao povo hebreu.

Os Sete Dons do Espírito Santo

Estes dons são graças de Deus e, só com nosso esforço, não podemos fazer com que cresçam e se desenvolvam. Necessitam de uma ação direta do Espírito Santo para podermos atuar dentro da virtude e perfeição cristã.
No Espírito Santo, Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, reside o Amor Supremo entre o Pai e o Filho. Foi pelo Divino Espírito Santo que Deus se encarnou no seio de Maria Santíssima, trazendo Jesus ao mundo para nossa salvação. Peçamos à Maria, esposa do Espírito Santo, que interceda por nós junto a Deus concedendo-nos a graça de recebermos os divinos dons, apesar de nossa indignidade, de nossa miséria. Nas Escrituras, o próprio Jesus quem nos recomenda: “Pedi e se vos dará. Buscai e achareis. Batei e vos será aberto” (Mt VII, 7s).
1. Fortaleza - Por essa virtude, Deus nos propicia a coragem necessária para enfrentarmos as tentações, vulnerabilidade diante das circunstâncias da vida e também firmeza de caráter nas perseguições e tribulações causadas por nosso testemunho cristão. Lembremo-nos que foi com muita coragem, com muito heroísmo, que os santos desprezaram as promessas, as blandícias e ameaças do mundo. Destes, muitos testemunharam a fé com o sacrifício da própria vida. O Espírito Santo lhes imprimiu o dom da Fortaleza e só isto explica a serenidade com que encontraram a morte! Que luta gloriosa não sustentaram! Agora gozam de perfeita paz, em união íntima com Jesus, de cuja glória participam. Também nós, havemos de combater diariamente para alcançar a coroa eterna. Vivemos num mundo cheio de perigos e tentações. A alma acha-se constantemente envolta nas tempestades de paixões revoltadas. Maus exemplos pululam e as inclinações do coração constantemente dirigem-se para o mal. Resistir a tudo isto requer em primeiro lugar muita oração, força de vontade e combate resoluto. Por esta virtude, a alma se fortalece para praticar toda a classe de atos heróicos, com invencível confiança em superar os maiores perigos e dificuldades com que nos deparamos diariamente. Nos ajuda a não cair nas tentações e ciladas do demônio.
2. Sabedoria - O sentido da sabedoria humana reside no reconhecimento da sabedoria eterna de Deus, Criador de todas as coisas que distribui seus dons conforme seus desígnios. Para alcançarmos a vida eterna devemos nos aliar a uma vida santa, de perfeito acordo com os mandamentos da lei de Deus e da Igreja. Nisto reside a verdadeira sabedoria que, como os demais, não é um dom que brota de baixo para cima, jamais será alcançada por esforço próprio. É um dom que vem do alto e flui através do Espírito Santo que rege a Igreja de Deus sobre a terra. Nos permite entender, experimentar e saborear as coisas divinas, para poder julgá-las retamente.
3. Ciência – Nos torna capazes de aperfeiçoar a inteligência, onde as verdades reveladas e as ciências humanas perdem a sua inerente complexibilidade. Nossas habilidades com as coisas acentuam-se progressivamente em determinadas áreas, conforme nossas inclinações culturais e científicas, sempre segundo os desígnios divinos, mesmo que não nos apercebamos disso. Todo o saber vem de Deus. Se temos talentos, deles não nos devemos orgulhar, porque de Deus é que os recebemos. Se o mundo nos admira, bate aplausos aos nossos trabalhos, a Deus é que pertence esta glória, a Deus, que é o doador de todos os bens.
4. Conselho - Permite à alma o reto discernimento e santas atitudes em determinadas circunstâncias. Nos ajuda a sermos bons conselheiros, guiando o irmão pelo caminho do bem. Hoje, mais do que nunca está em foco a educação da mocidade e todos reconhecem também a importância do ensino para a perfeita formação da criança. As dificuldades internas e externas, materiais e morais, muitas vezes passam pelo dom do Conselho, sem disto nos apercebermos. É uma responsabilidade, portanto, cumprir a vontade de Deus que destinou o homem para fins superiores, para a santidade. Para que possamos auxiliar o próximo com pureza e sinceridade de coração, devemos pedir a Deus este precioso dom, com o qual O glorificaremos aos mostrarmos ao irmão as lições temporais que levam ao caminho da salvação. É sob a influência deste ideal que a mãe ensina o filhinho a rezar, a praticar os primeiros atos das virtudes cristãs, da caridade, da obediência, da penitência, do amor ao próximo.
5. Entendimento – Torna nossa inteligência capaz de entender intuitivamente as verdades reveladas e naturais, de acordo com o fim sobrenatural que possuem. A aparente correlação não significa que quem possui a sabedoria, já traga consigo o entendimento por conseqüência (ou vice-versa). Existe uma clara distinção entre um e o outro. Para exemplificar: Há fiéis que entendem as contemplações do terço, mas o rezam por obrigação ou mecanicamente (Possuem o dom do entendimento). Há outros que, por sua simplicidade, nunca procuraram entender o seu significado, mas praticam sua reza com sabor, devoção e piedade, ignorando seu vasto sentido (possuem o dom da Sabedoria). Este exemplo, logicamente, se aplica às ciências naturais e divinas, logo ao nosso dia-a-dia. Não sendo um conseqüencia do outro, são distintamente preciosos e complementam-se mutuamente, nos fazem aproximar de Deus com todas as nossas forças, com toda a nossa devoção e inteligência e sensível percepção das coisas terrenas, que devem estar sempre direcionadas às coisas celestes.
6. Piedade – É uma graça de Deus na alma que proporciona salutares frutos de oração e práticas de piedade ensinadas pela Santa Igreja. Nos dias de hoje, considerando a população mundial, há poucas, muito poucas pessoas que acham prazer em serem devotas e piedosas; as poucas que o são, tornam-se geralmente alvo de desprezo ou escárneo de pessoas que tem outra compreensão da vida. Realmente, é grande a diferença que há entre um e outro modo de viver. Resta saber qual dos dois satisfaz mais à alma, qual dos dois mais consolo lhe dá na hora da morte, qual dos dois mais agrada a Deus. Não é difícil acertar a solução do problema. Num mundo materialista e distante de Deus, peçamos a graça da piedade, para que sejamos fervorosos no cumprimento das escrituras.
7. Temor de Deus – Teme a Deus quem procura praticar os seus mandamentos com sinceridade de coração. Como nos diz as Escritura, devemos buscar em primeiro lugar o reino de Deus, e o resto nos será dado por acréscimo. O mundo muitas vezes sufoca e obscurece o coração. Todas as vezes que transigências fizemos às tentações, com certeza desprezamos a Deus Nosso Senhor. Quantas vezes preferimos a causa dos bens miseráveis deste mundo e esquecemo-nos de Deus! Quantas vezes tememos mais a justiça dos homens do que a justiça de Deus! Santo Anastácio a este respeito dizia: “A quem devo temer mais, a um homem mortal ou a Deus, por quem foram criadas todas as coisas?”. Não esqueçamos, portanto, de pedir ao Deus Espírito Santo a graça de estarmos em sintonia diária com os preceitos do Criador. Por este divino dom, torna-se Deus a pessoa mais importante em nossa vida, onde a alma docemente afasta-se do erro pelo temor em ofendê-Lo com nossos pecados.



http://www.radiodifusoraam580.com.br/2013/05/festa-de-pentecostes-e-sete-dons-do-espirito-santo/

domingo, 18 de agosto de 2013

Assunção de Maria ao Céu

Encontrei este texto que relata a Festa de hoje de forma simples e direta.

A Solenidade de hoje, a Assunção de Nossa Senhora ao Céu, inscreve-se dentro da profunda e ininterrupta tradição da Igreja no amor a Maria e na compreensão do Seu papel na Salvação. Para que tal ficasse definitivamente seguro a Igreja declarou, por Pio XII e o episcopado, a definição dogmática da Assunção de Nossa SenhoraÉ a confirmação do grito da vida que precede qualquer lei ou definição.

Bendita és tu, Maria! Hoje, Jesus ressuscitado acolhe a sua mãe na glória do céu… Hoje, Jesus vivo, glorificado à direita do Pai, põe sobre a cabeça da sua mãe a coroa de doze estrelas…
Primeira leitura: Maria, imagem da Igreja. Como Maria, a Igreja gera na dor um mudo novo. E como Maria, participa na vitória de Cristo sobre o Mal.

Salmo: Bendita és tu, Virgem Maria! A esposa do rei é Maria. Ela tem os favores de Deus e está associada para sempre à glória do seu Filho.

Segunda leitura: Maria, nova Eva. Novo Adão, Jesus faz da Virgem Maria uma nova Eva, sinal de esperança para todos os homens.

Evangelho: Maria, Mãe dos crentes. Cheia do Espírito Santo, Maria, a primeira, encontra as palavras da fé e da esperança: doravante todas as gerações a chamarão bem-aventurada!

Primeira Leitura - Livro do Apocalipse de São João ( Ap 11,19a; 12,1.3-6a.10ab)

19aAbriu-se o Templo de Deus que está no céu e apareceu no Templo a Arca da Aliança.
12,1Então apareceu no céu um grande sinal: uma Mulher vestida de sol, tendo a lua debaixo dos pés e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas.

3Então apareceu outro sinal no céu: um grande Dragão, cor de fogo. Tinha sete cabeças e dez chifres e, sobre as cabeças, sete coroas. 4Com a cauda, varria a terça parte das estrelas do céu, atirando-as sobre a terra. O Dragão parou diante da Mulher, que estava para dar à luz, pronto para devorar o seu Filho, logo que nascesse. 5E ela deu à luz um filho homem, que veio para governar todas as nações com cetro de ferro. Mas o Filho foi levado para junto de Deus e do seu trono. 6aA mulher fugiu para o deserto, onde Deus lhe tinha preparado um lugar.

10abOuvi então uma voz forte no céu, proclamando: “Agora realizou-se a salvação, a força e a realeza do nosso Deus, e o poder do seu Cristo”.
Palavra do Senhor

Salmo Responsorial - Salmo 44

As filhas de reis vêm ao vosso encontro,
e à vossa direita se encontra a rainha
com veste esplendente de ouro de Ofir. 


À vossa direita se encontra a rainha,
com veste esplendente de ouro de Ofir. 


Escutai, minha filha, olhai, ouvi isto:
“Esquecei vosso povo e a casa paterna!
Que o Rei se encante com vossa beleza!
Prestai-lhe homenagem: é vosso Senhor! 


À vossa direita se encontra a rainha,
com veste esplendente de ouro de Ofir. 


Entre cantos de festa e com grande alegria,
ingressam, então, no palácio real”. 


À vossa direita se encontra a rainha,
com veste esplendente de ouro de Ofir.

Segunda Leitura - Primeira Carta de Paulo aos Coríntios (1Cor 15,20-27a)

Irmãos: 20Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram. 21Com efeito, por um homem veio a morte e é também por um homem que vem a ressurreição dos mortos.

22Como em Adão todos morrem, assim também em Cristo todos reviverão. 23Porém, cada qual segundo uma ordem determinada: Em primeiro lugar, Cristo, como primícias; depois, os que pertencem a Cristo, por ocasião da sua vinda.

24A seguir, será o fim, quando ele entregar a realeza a Deus-Pai, depois de destruir todo principado e todo poder e força. 25Pois é preciso que ele reine até que todos os seus inimigos estejam debaixo de seus pés. 26O último inimigo a ser destruído é a morte. 27aCom efeito, “Deus pôs tudo debaixo de seus pés”.
Palavra do Senhor.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas (Lc 1,39-56)

Naqueles dias, 39Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judéia. 40Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel.

41Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. 42Com um grande grito, exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! 43Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? 44Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre. 45Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu”.

46Então Maria disse: “A minha alma engrandece o Senhor, 47e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, 48porque olhou para a humildade de sua serva. Doravante todas as gerações me chamarão bem-aventurada, 49porque o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor. O seu nome é santo, 50e sua misericórdia se estende, de geração em geração, a todos os que o respeitam. 51Ele mostrou a força de seu braço: dispersou os soberbos de coração. 52Derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes. 53Encheu de bens os famintos, e despediu os ricos de mãos vazias.

54Socorreu Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia, 55conforme prometera aos nossos pais, em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre”.

56Maria ficou três meses com Isabel; depois voltou para casa. 

Palavra da Salvação.

Comentário - A Mulher da Aliança

Ao abrir o livro do Apocalipse nos encontramos com uma mulher junto a arca da Aliança. Aliança é o que Jesus fez na Última Ceia e em cada uma das Eucaristias que fazemos em sua memória: os que formam seu grupo, os que se consideram discípulos seus até para dar a vida, os que se comprometem a fazer do Amor o objeto de sua vida, e o selam através do Corpo e do Sangue do Senhor. A Aliança é a entrega mutua dos homens e Deus.

Pois bem, aquela mulher que aparece aproximando-se da Aliança de Deus simboliza Maria, porém também toda a comunidade cristã: Ela é a Mulher da Aliança, como nos somos o Povo da Aliança nova e eterna:

que temos dado a mão a Deus e queremos lutar ao seu lado contra os dragões que podem ameaçar-nos; 
que temos sido iluminados e coroados pelo Senhor, e queremos ir pintando o mundo de amor: de luz, de estrelas e de sol... eliminando as sombras e escuridões, e levantando os que encontramos caídos;
que temos reservado um bom lugar no céu ao lado de Deus. 

Esta Mulher está VESTIDA DE SOL

É uma mulher brilhante, luminosa, vital, quente, como o sol espanta as sombras e ajuda a encontrar o caminho.
Que faz possível a vida, que provoca a vida e faz crescer a vida, e Ela mesma “dá a luz” a Vida, a Cristo Jesus.
Que envolve tudo com sua alegria, com sua energia, com sua vitalidade, como o sol.
Vestida por Deus, vestida de Deus, sustentada no mais alto por Deus, habitada por Deus

CORADA COM 12 ESTRELAS.  Não é uma mulher solitária, afastada do resto dos homens, como se fosse uma criatura especial. As 12 estrelas da sua Coroa simbolizam o povo dos 12 apóstolos. Ela nasceu do nosso povo é o melhor da nossa raça - depois de Jesus - e chega até Deus de mãos dadas conosco, nos elevando em direção ao céu. Como nos chegamos a Deus dando-nos fraternalmente a mão.

O Evangelho a mostra CAMINHANDO DEPRESSA pela montanha. Não é uma mulher parada, escondida, escondida em sua casa; não parece que tenha se preocupado com a prudência de repousar sua gravidez, de sentir-se importante, de esperar que venham servi-la...  Não. Está mais preocupada com o que poderia precisar a sua prima grávida. Porque se é a escrava, a Serva de Deus, ela sabe que o Senhor sempre quer estar perto dos pequenos e necessitados.

É uma mulher LUTADORA, valente, rebelde, ousada. Nada a ver com essa Maria que normalmente nos presenteiam: Dócil, conformada, nas nuvens, passiva, ao lado dos ricos e poderosos e ela mesma com jóias e sentada em tronos. É a que enfrenta a cara do Dragão, símbolo do poderoso mal que sempre visa nos destruir, nos afastar de Deus para nos dominar como senhor, para nos manipular conforme seus interesses. O Dragão é a injustiça, a desigualdade, a manipulação, a violência, o ódio, o materialismo, etc. O Dragão então era o Império Romano perseguidor dos cristãos. Porém é também qualquer poder, qualquer sociedade, qualquer estrutura lesiva ao homem, ou a tentativa de manipular, de submeter, destruir.

É com quais ARMAS esta mulher enfrentava a cara do Dragão? Quais são as armas dos que querem enfrentar ao lado de Deus o mal que quer destruir a sociedade? 

Sua arma (e a nossa) chama-se Jesus de Nazaré e seu Evangelho. Assim:
Ante a injustiça, ela proclama que o Senhor derruba do trono os poderosos, enche os famintos de bens, e os ricos os deixa sem nada. Ele quer que se extenda o Reino da justiça, da igualdade, da vida, da verdade e fraternidade.
 
 
Ante a violência do nosso mundo e de nossos corações, ela quer dar a luz ao Príncipe da Paz: Eu desejo-vos a paz, Eu vos dou a minha paz...
 
Quando surgem as divisões, os enfrentamentos, os conflitos pessoais; quando nos sentimos desorientados, com medo, na defensiva... Ela nos reúne em oração para pedirmos ao Espírito Santo que faça possível a comunhão, o perdão, a valentia, para nos sentir filhos e filhas do mesmo Pai e por isso irmãos...
 
 
Quando há tantos caminhos na sociedade, quando não estão claros os valores importantes, quando desejamos enveredar por estilos de vida egoístas, sem solidariedade, individualistas, ela nos recorda que a felicidade está nas Bem-aventuranças, em Jesus, que é Caminho, Verdade e Vida. Que “façamos o que Ele nos tem dito”. O que Ele nos diz.
 
 
E quando nos chega o sofrimento, quando a hora da morte se aproximar, ela é sinal luminosa no céu, esperança forte e sinal de triunfo do Cristo Ressuscitado sobre a dor, o mal e a morte. Ele foi o primeiro em vencer (segunda leitura) e depois triunfarão todos os seus. A primeira  - logicamente - sua mãe; e depois a seguirão os apóstolos, os mártires, os santos, e todos os que tem lutado contra o poder do Dragão:

os que tem dito com suas palavras e sua vida: “Aqui esta a escrava do Senhor”;
os que como ela tem guardado a Palavra no coração;
os que como ela nas bodas de Caná, se dão conta do que falta, falam primeiro com o Senhor, e logo se colocam em movimento para que façamos o que Ele nos diz;
os que têm escutado as Palavras de Jesus na cruz, eas tem recebido como sua Mãe, mãe da comunidade de discípulos, que sabem reunir-se para orar e buscar a vontade de Deus, pedindo continuamente o Espírito, um novo Pentecostes.

Então, hoje, celebramos a Festa da Assunção, isto é, uma Festa:
Dos lutadores contra os muitos dragões que também hoje atacam o homem e sua dignidade.
Dos que querem mudar o mundo desde o lado dos humildes, e fugir dos tronos e dos poderes.
Dos que trabalham para construir comunidades de irmãos
Dos que confiam em que seu destino é vestir-se de sol, receber a coroa do triunfo que nos tem preparado Cristo, e habitar no céu próximo de Deus.