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domingo, 3 de junho de 2012

O milagre de Blanot


MILAGRE EUCARISTICO – XVII
A aldeia de Blanot localiza-se em um longo e estreito vale, cercado por pitorescas montanhas. Imperceptível por causa da localização foi, no entanto honrada por Deus com um milagre Eucarístico. A prova deste acontecimento é ainda preservada na Igreja em que ele ocorreu.
Antes de relatar o milagre, recordemos a maneira pela qual a Santa Comunhão era distribuída no século XIV (e em muitos lugares até hoje). Durante a Santa Missa, no momento da comunhão, aqueles que iriam comungar deviam se aproximar da mesa da comunhão, que separava o corpo da Igreja do presbitério.
Tomando seus lugares, um ao lado do outro em toda a extensão da mesa, ajoelhavam-se. No mesmo instante, dois coroinhas aproximavam-se e cada um segurava a ponta de um longo tecido de linho que abraçava toda a extensão da frente da Igreja e colocava-o sobre a mesa.
O padre com a âmbula contendo as Hóstias consagradas distribuía a comunhão à medida que caminhava por toda a extensão da mesa.  Quando ocorreu o milagre, era este o modo que se recebia a comunhão em Blanot.
O milagre ocorreu no Domingo de Páscoa em 31 de março de 1331, na primeira missa do dia celebrada por Hugues de La Baume, vigário de Blanot.
Por causa da solene ocasião, além dos dois coroinhas, dois homens da paróquia chamados Thomas Carllot e Guyot Besson também estavam servindo o altar. Na hora da comunhão, os homens se aproximaram, segurando em cada extremidade do tecido e o colocaram sobre a mesa da comunhão. Os fiéis tomando seus lugares puseram suas mãos embaixo do tecido e ficaram esperando o sacerdote aproximar-se. Uma das últimas a receber a Sagrada Comunhão era uma mulher chamada Jacquette, descrita como sendo a viúva de Regnaut d’Effour.
O padre colocou a Hóstia na língua dela e começou a caminhar em direção ao altar. Foi quando os dois homens e alguns paroquianos viram a Hóstia cair da boca da mulher sobre o pano que cobria suas mãos. Como o padre estivesse depositando a âmbula no sacrário, Thomas Caillot se aproximou do altar e o informou do acidente. O padre imediatamente deixou o altar e dirigiu-se ao local, mas ao invés de encontrar a Hóstia, ele viu uma mancha de sangue do mesmo tamanho.
Quando terminou a missa, o padre pegou o tecido na sacristia e colocou a área manchada em uma bacia de água limpa. Após lavar o local e esfregá-lo várias vezes, constatou que a mancha ao invés de diminuir e ficar mais clara, havia se tornado maior e mais escura. Ao remover o pano da bacia ficou espantado ao ver que a água tinha se transformado em sangue.
O padre e seus assistentes amedrontados exclamaram: “Este é o Precioso Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo!”. O padre então pegou uma faca e após lavá-la, cortou o pedaço do tecido com a marca do sangue da Hóstia. Este pedaço foi reverentemente depositado no sacrário.
As Hóstias que restaram na âmbula após a distribuição da Sagrada Comunhão naquele Domingo de Páscoa nunca foram usadas, e foram cuidadosamente guardadas no sacrário. A razão pela qual as Hóstias não foram consumidas não é conhecida, embora se possa especular que o sacerdote queria evitar uma eventual repetição do prodígio. Em 1706 estas Hóstias conservadas em boas condições após 375 anos foram levadas em procissão de cinco horas ao redor da Paróquia em respeito ao aniversário do milagre.
Em 27 de dezembro de 1793, um grupo de revolucionários entraram na Igreja e audaciosamente abriram o sacrário. O tecido manchado de sangue foi pego por um deles, mas felizmente foi rejeitado como sendo de pouco valor. Após esta profanação da Igreja, a relíquia foi confiada à guarda de um piedoso paroquiano, Dominique Cortet. Enquanto a relíquia estava em sua casa, era venerada com todo respeito, no entanto, apesar deste cuidado, o tubo de cristal em que ela se encontrava, rachou na parte superior e inferior.
Após a revolução, quando a paz foi restaurada, muitos questionaram a autenticidade do tecido dentro do tubo de cristal. Depois de comprovada a autenticidade do mesmo por oficiais eclesiásticos, a relíquia foi solenemente levada à Igreja e guardada em uma caixa coberta com veludo, que por sua vez foi colocada dentro do sacrário. Tempos depois, um novo tubo de cristal foi concedido. O tubo com o tecido claramente visível está lacrado e guardado dentro de um Ostensório especial. Todos os anos no Domingo de Páscoa, conforme a tradição, a relíquia é solenemente exposta na Igreja de Blanot.
Ir. Suzana do Coração Agonizante de Jesus, pjc
Fratérnitas Sagrado Coração – Penha

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